A contabilidade para pequenas empresas é fundamental para manter o negócio aberto no médio e longo prazo. Isso acontece devido à necessidade de começar um negócio com as contas enxutas, visando maximizar os lucros e reinvestir no negócio.
Porém, uma contabilidade malfeita, pode causar grandes prejuízos para o seu negócio, inserindo-o como mais um nas estatísticas apresentadas pelo IBGE que aponta que 80% das micro e pequenas empresas não chegam a complementar no primeiro ano de vida, devido à falta de planejamento.
Portanto, se você deseja saber como implementar uma contabilidade que vai te ajudar a manter o seu negócio aberto no médio e longo prazo, leia esse post até o final.
Contabilidade para Pequenas Empresas: Um Guia Passo a Passo
1 – Determinar um modelo de negócio:
O primeiro passo para lidar com a contabilidade para pequenas empresas é criar um modelo de negócio. Não precisa ser algo robusto, cheio de páginas (a menos que esteja interessado em buscar investidores), com informações que pode nunca utilizar. O foco é que esse modelo consiga te ajudar a entender onde você está e para onde pretende ir.
Mas, por que ter um modelo de negócio é importante quando pensamos na contabilidade da empresa? Porque a partir de um modelo de negócio, fica mais fácil identificar qual deve ser o regime tributário da empresa.
Existem três aspectos que não pode faltar no seu modelo de negócio, como:
- Estudo de mercado;
- Definição se terá sócios ou não;
- Buscará novos investidores.
A partir destes itens você consegue ter uma base de quanto de faturamento o negócio poderá ter. Além disso, é possível começar a se encaixar em requisitos mínimos de cada tributação.
2 – Contrate um contador:
A segunda coisa que você precisa fazer é contratar um contador para te ajudar. A partir de agora, vamos tratar de uma parte burocrática do negócio, que será crucial para determinar o quanto de imposto você pagará daqui para a frente.
Sabemos que o Brasil é um dos países com maior tributação e, saber como minimizar esse impacto na sua receita, estando dentro da lei, é fundamental.
Portanto, não vá para a próxima etapa sem contratar uma equipe que realmente possa lhe ajudar em todos os pontos do seu negócio a partir de agora.
3 – Encontre o CNAE que tenha a ver com a empresa:
O segundo passo da contabilidade para empresas pequenas é a definição do CNAE, sigla que se refere a Classificação Nacional de Atividade Econômica.
Trata-se de uma junção de números que visa descrever de maneira simples e clara o que cada empresa faz, seja ela com fins lucrativos ou não.
Toda empresa precisa ter, pelo menos, um código CNAE e até 99 CNAEs secundários. O processo de escolha acontece no momento do registro do CNPJ e é importante ter a ajuda de um contador, já que é através deste código que o governo vai realizar a tributação da sua empresa.
Ao fazer a escolha errada do seu CNAE, o seu negócio começa com o pé esquerdo, pois, uma má decisão implica em pagamentos de impostos sem qualquer necessidade.
4 – Escolha o porte da empresa e a sua natureza jurídica:
Com o CNAE classificado corretamente, você precisará, juntamente com um contador, entrar na fase mais burocrática do negócio, começando pela definição do porte do negócio.
Algumas opções são:
- MEI – Microempreendedor Individual (nem todas as empresas podem ser enquadradas aqui, pois dependendo muito do tipo de serviço precisado): O faturamento anual é de até R$ 81 mil;
- ME – Microempresa: Faturamento anual de até R$ 360 mil;
- EPP – Empresas de Pequeno Porte: Faturamento anual de R$ 360 mil até 4,8 milhões.
Já a natureza jurídica está relacionada ao regime societário que a empresa irá ingressar e envolve aspectos como direitos e deveres de sócios, capital social da empresa e outros itens.
As principais naturezas jurídicas são:
– EI – Empresário Individual: É quando você decide abrir uma empresa sozinho, porém, é preciso tomar cuidado aqui, pois, diferente do MEI, não existe separação entre pessoa física e jurídica. Caso a empresa venha a ter dívidas, o seu patrimônio pessoal corre risco;
– LTDA – Sociedade Empresária Limitada: Focado em negócios que pretende ter um ou mais sócios, além de manter separado as contas da empresa com os pessoais;
– SLU – Sociedade Unipessoal Limitada: Caso não queira abrir um negócio com sócio e manter separado as contas da pessoa jurídica com a física, esse regime societário é a melhor opção.
– Sociedade Simples: Trata-se de um tipo de regime oferecido para pessoas que atuam no mesmo setor para abrirem uma sociedade sem precisar passar por uma Junta Comercial. Alguns exemplos destes profissionais são grupos de médicos, advogados, contadores, entre outros.
5 – Escolha o regime tributário:
É chegado o momento de escolher qual será o regime tributário, ou seja, quais serão as normas sob as quais a sua empresa vai pagar as taxas, contribuições ao governo, além de lidar com os impostos.
Existem hoje três tipos de regimes tributários quando pensamos na contabilidade para pequenas empresas, que são:
- Simples Nacional;
- Lucro Presumido;
- Lucro Real.
Cada regime irá exigir da empresa uma aplicação diferente de pagamento de impostos, por isso, buscar um contador que te ajude a escolher aquele que você pagará o menor valor, é essencial.
6 – Elabore o contrato social e registre a empresa na Junta Comercial:
Para que você consiga abrir a sua empresa e não ter problemas com a Receita Federal, será necessário criar o seu contrato social, que podemos comparar a certidão de nascimento que uma pessoa ganha ao nascer.
Todos os dados sobre a empresa precisam estar no documento, como quantidade de sócios, capital que abrirá o negócio, endereço e outros.
Feito isso, caso a sua empresa não seja classificada como Sociedades de Advogados ou Sociedades Simples, você deverá registar o negócio na Junta Comercial do seu estado.
7 – Alvará, Inscrição Municipal e licenças:
Por fim, chegamos à etapa que irá ajudar a sua empresa a abrir no endereço escolhido por você. Para começar o contador ou você deve ir até a prefeitura cadastrar a empresa para conseguir o alvará de funcionamento.
Será o alvará que irá atestar que o local escolhido para abrir a empresa é seguro e cumpre com todos os requisitos necessários.
Em seguida, é preciso fazer a Inscrição Municipal, onde todas as empresas precisam o fazer, independentemente do tamanho, inclusive, se for MEI. Por outro lado, a Inscrição Estadual só é obrigatória para as empresas que estão sujeitas a pagar o ICMS, outro tipo de imposto.
Através dos passos acima você está pronto para iniciar e aplicar a contabilidade para pequenas empresas.